segunda-feira, 21 de julho de 2014

Transformando Clientes em Seguidores

Pesquisando um imóvel comercial em São Paulo, encontrei uma imobiliária com diversas opções interessantes. Entrei em contato, a recepcionista atendeu com cordialidade e, ao ser transferido para o corretor, ouvi um “Bom dia, Sr. Alexandre...” em menos de cinco segundos. O corretor compreendeu as minhas necessidades, apresentou algumas opções e colocou-se à disposição para visitá-los comigo. No dia e horário agendado, compareceu pontualmente, bem vestido, com uma educação irreparável e ainda me brindou com uma análise muito precisa sobre o mercado imobiliário.

Ao me despedir do corretor, motivei-me a entrar no site da imobiliária e elogiar a sua atuação. Fiz o elogio, mas depois fiquei refletindo: “O que esse corretor fez de especial?”. Sinceramente, nada além das suas atribuições. Então, de onde veio a minha motivação para elogiá-lo? Do simples fato de que estamos vivendo em um país completamente precário em serviços e, quando encontramos alguém que faz o básico bem feito, nos encantamos. Triste isso, mas é a nossa realidade.

Ao passo em que vivemos essa precariedade de serviços, vivemos um “boom” de novos negócios espalhados pelo País e uma população economicamente ativa, querendo consumir. Ocorre que a oferta por produtos e serviços aumentou exponencialmente, ampliando as opções do consumidor. Quando vou a um shopping e quero comprar um tênis, por exemplo, tenho dezenas de possibilidades.

Então, onde está a escassez? Simples: com uma gama opções ao dispor do cliente, o número de pessoas que entrará na sua loja é menor. O volume de pedidos que a sua empresa receberá tem uma forte tendência a diminuir. Aqueles clientes fiéis passam a ser cada vez mais raros. Portanto, em meio a tantas opções, se um cliente optar pela sua empresa, agradeça!

A experiência do cliente

Guarde uma coisa que vou lhe dizer: para o cliente, produto ou serviço é tudo igual! Tênis é tênis em qualquer lugar; chocolate é chocolate; cabeleireiro é cabeleireiro; lavanderia é lavanderia. Começamos a diferenciar uma marca pela experiência que ela proporciona. E não estou falando da capacidade da empresa em investir em marketing e, sim, do seu investimento em relacionamento. O marketing atrai, o relacionamento conquista!

Mas entenda, a experiência do relacionamento vem depois da experiência de fazer o que é certo. Ou seja, jamais você se relacionará com o seu cliente se não entregar o básico muito bem feito. Se a sua empresa valoriza um bom atendimento, presta um serviço de qualidade, respeita os prazos acordados, enfim, faz bem feito o que tem que ser feito, então está na hora de investir em experiência de relacionamento. E, para isso, responda apenas uma pergunta: o que posso fazer a mais para valorizar a preferência do meu cliente?

Você somente conquistará seguidores se tiver o real desejo de ir além e reconhecer que, dentre tantas opções, o cliente escolheu você!


Um forte abraço,
Alexandre Prates

terça-feira, 8 de julho de 2014

Como se reinventar depois de um fracasso?

Na entrevista do goleiro Júlio Cesar ao final da derrota para a Alemanha, ficou claro que ninguém sabe o que aconteceu. Na coletiva, o técnico Luiz Felipe Scolari assumiu toda a responsabilidade, mas isso não é justo com o time. Se é família, é família até o fim, na vitória e na derrota. Não se tratam de crianças indefesas, são jogadores profissionais. É o momento de levantar a cabeça, agradecer o País pelo apoio e cada um aprender com os seus erros.

O fracasso não é uma escolha, é um acontecimento que ninguém deseja em sua vida. Aqueles jogadores entraram para ganhar e tenho a certeza que acreditavam nisso, só que os adversários também vieram com o mesmo espírito.

A torcida brasileira está abalada, os jogadores estão arrasados, isso é fato. Mas percebam que o verbo estar é completamente diferente do ser. Um dia todos nós enfrentaremos um fracasso, mas a decisão de ser um fracassado é somente sua. O fracasso é a maior de todas as escolas que podemos frequentar na carreira e na vida.
Conheci pessoas fracassadas na vida, que não conseguiram superar o peso de uma derrota. Mas, felizmente, conheci também muitas pessoas vencedoras, que, diante de um grande revés, sofreram, aprenderam lições inimagináveis e hoje orgulham-se de suas conquistas, principalmente de suas histórias de luta e superação.

Diante de um fracasso, a melhor decisão é a reinvenção!

São nos momentos de turbulência que descobrimos recursos que nem imaginávamos ter. As emoções se afloram e explorando-as positivamente, somos agraciados de uma força surpreendente. E a força de quem se reinventa é uma pancada de energia, pois vem carregada de uma motivação inexplicável. Portanto, aprenda explorar positivamente as suas emoções:
1) Transforme pressão em energia: quando você erra, muitas pessoas lhe apontarão o dedo. Muitas duvidarão e até mesmo se afastarão de você. A pressão é um fator externo, uma expectativa (positiva ou negativa) que terceiros colocam sobre você. Assumir essa expectativa é uma reação comum, porém, desnecessária e, por vezes, cruel. Portanto, não vale a pena. Não entre no jogo pressionado a ganhar, entre no jogo com a certeza de que colocará em ação o seu melhor desempenho.
2) Transforme medo em estratégia: sentir medo é normal. Eu nunca conheci ninguém que não sente. A questão é o que você faz com o medo. Travar ou seguir em frente é uma decisão. A pergunta que precisa ser feita é: “O que eu posso fazer para que tudo dê certo?”. Mas não responda isso pensando no resultado, responda focando nas suas ações, ou seja, naquilo que você precisa fazer para que dê tudo certo. Pensar nas consequências – positivas ou negativas – não ajuda em nada agora. Novamente, foco total e absoluto no desempenho. Treino, estratégia e potencialização dos pontos fortes. O resultado é consequência!
3) Transforme tristeza em propósito: a derrota aconteceu. Bola pra frente! É preciso encontrar um motivo para seguir. É isso que faz da reinvenção uma arma poderosíssima – o propósito. Somente se reinventa quem tem um propósito claro e que valha a pena empenhar todo o seu potencial. E esse motivo jamais deve ser provar para as pessoas que você pode. Isso não depende de você. Faça por você e colha os frutos disso.
Assim como os jogadores se fortalecerão com isso, nós também iremos. Perdemos essa, mas eu tenho a certeza de que esse campeonato trouxe inúmeras lições para que o nosso povo vença a maior de todas as batalhas: as urnas!
Reinvente-se!

terça-feira, 1 de julho de 2014

Thiago Silva - Um golaço sobre liderança!

Especialmente depois do jogo contra o Chile, muitos colocaram em cheque a liderança do capitão da Seleção Brasileira, Thiago Silva. Alguns disseram que ele travou, outros que ele se acovardou diante das dificuldades, enfim, criticaram forte o seu comportamento.

A pergunta que fica é: quem está questionando a sua liderança? A imprensa, os torcedores, os comentaristas, os narradores... Sinceramente, não são questionamentos válidos. Não tenho visto os seus colegas de seleção, a comissão técnica e nem o Felipão questionando a liderança do capitão. E é isso o que importa!

E por que não estão questionando? Pelo simples fato de que ele não teve nenhum comportamento que denegrisse o seu posicionamento de líder. Você pode até interpretar o comportamento do jogador de maneira negativa, mas permita-me trazer um pouco da minha experiência e visão para essa história. Vamos aos fatos:
Nervosismo na estreia: de jogador a torcedor, quem não estava nervoso? Aliás, quem não estava tenso só tinha dois motivos: ou não gosta de futebol ou estava torcendo contra a seleção. No mais, estávamos todos apreensivos. Agora imagine quando você tem milhões de pessoas depositando em você a esperança de ganhar um torneio como este em casa. Quem não ficaria nervoso? Pessoas ficam completamente apavoradas com muito menos pressão!
Então, leio diversos comentários nas redes sociais que dizem: “Ele ganha milhões para fazer isso. Não pode ficar nervoso assim...”. Quer dizer que se ele ganhasse pouco a pressão diminuiria? Que hipocrisia! Nessa hora, quando um hino é cantado da forma como foi pela torcida, quando um País inteiro conta com você, ninguém se lembra do quando dinheiro ganha ou tem. Não é isso que importa! O que está em jogo é a honra, a realização, o propósito.

 Ficar isolado durante a roda de comunhão dos jogadores: o Thiago Silva estava navegando nas redes sociais enquanto isso acontecia? Por acaso ele estava arrumando o cabelo ou descansando um pouquinho? Claro que não! Ele estava em um momento de oração individual, encontrando a sua maneira de se motivar, de se tranquilizar. Ele estava, a seu modo, mandando fortes energias para os seus companheiros. Quantas vezes você já não quis ficar em silêncio, sozinho, antes de uma importante decisão na sua vida?

Não assumiu a responsabilidade: “O Thiago Silva pediu para não participar das cobranças de pênaltis”, “O capitão da seleção não ofereceu palavras de incentivo a seus companheiros”, “Isso não é postura de líder!”. Você sabe qual é a postura de um líder? É não querer ser o astro. É permitir que outras pessoas assumam a liderança quando necessário, é delegar e dar poder evidenciando novas lideranças. Se o Paulinho estava inspirado para motivar as pessoas naquele momento, por que não deixá-lo fazer? Se existem outros jogadores mais preparados para as cobranças de pênaltis, qual o problema de permitir que assumam esta responsabilidade?
Quer saber? O Thiago Silva é um grande líder! Um líder que as organizações precisam ter. Um líder que permite que surjam novas lideranças. Um líder que assume a responsabilidade das críticas e foca mais na vitória coletiva do que em sua vaidade. Um líder que se cobra, que joga com raça, que torce e reza pelos seus companheiros, que assume a responsabilidade... Esse é o Thiago Silva! Isso é ser líder!
Podemos debater várias coisas que podem ser aperfeiçoadas nesse time: estratégia, jogadas ensaiadas, jogadas individuais... Agora, dizer que falta liderança, isso jamais! Em nenhum quesito – nem dento e nem fora dos gramados.
O Felipão construiu um elenco que se gosta muito, de pessoas que se apoiam, que torcem umas pelas outras. Dentro de campo, o Thiago Silva conquistou a braçadeira de capitão - não foi uma imposição - e é respeitado, admirado, seguido. Isso é para poucos! Isso é ser líder! Demonstrar medo, nervosismo, reconhecer que errou. Isso é para poucos. Isso é ser líder!
Antes de criticar o Thiago Silva, muitos líderes deveriam refletir sobre a sua liderança e constatar que têm muito a aprender com o capitão, com o técnico e com todo o elenco da nossa seleção.

Um grande abraço,

* Alexandre Prates é Coach, especialista em desenvolvimento humano e desempenho organizacional. Autor do livro A Reinvenção Profissional e fundador do Instituto de Coaching Aplicado - ICA.
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