terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O que está acontecendo com os nossos jovens profissionais?

Ao preencher o recibo de pagamento de uma corrida, o taxista me pergunta: “O senhor quer que eu faça o recibo com esse valor mesmo?”. Uma mulher corta a fila para embarcar no voo e finge estar atenta ao celular, pois ela mesma não consegue encarar a vergonha do seu ato. Em um restaurante, desses com mesas bem disputadas, um rapaz aguarda um casal pagar a conta para sentar-se à mesa. Durante um instante de distração, duas garotas tomam à frente e sentam-se, disfarçam como se não soubessem o que tinha acontecido. Ao observarem que o rapaz se afastou, elas riem da situação, pois foram mais “espertas”.

Eu poderia citar vários outros exemplos que se apresentam todos os dias diante dos nossos olhos, que demonstram claramente, mas muito claramente, que estamos vivendo uma série crise de valores. Mas é importante deixar isso bem claro: a crise não se dá pelo fato de não conhecermos os valores que regem uma sociedade, uma família, uma empresa, mas, sim, pela nossa incapacidade de viver esses valores em nossas vidas. Nos exemplos citados acima, eu posso afirmar que todos, sem exceção, sabiam o que era certo fazer. Mas cortar a fila é mais fácil; roubar a empresa (sim, isso é roubo!), solicitando um valor a mais no recibo do taxi, é mais rentável; ignorar a existência de alguém para sentar-se mais rápido à mesa é mais cômodo. Fazer o que é certo, dá trabalho.

Você pode pensar agora que são exemplos banais, que isso não interfere em nada na sociedade, mas permita-me explicar. Quando alguém corta a fila na sua frente, você fica enfurecido e, se pudesse, brigaria, xingaria e faria a pessoa repensar o que fez. Logo, o sentimento de alguém quando fazemos isso é o mesmo e, pouco a pouco, quando esses pequenos exemplos acontecem, vamos desacreditando no ser humano. Como se já não bastassem as notícias de corrupção, violência e pobreza que nos afetam diariamente, ainda somos “presenteados” com comportamentos de completo descaso com o ser humano todos os dias, em qualquer ambiente.

Face a isso, algo fica muito claro: estamos vivendo uma crise de importância aos valores que regem uma sociedade. Não precisamos mudar os valores, apenas vivê-los, de fato, em nosso cotidiano, seja nas organizações, nas famílias, nas escolas, no lazer, enfim, em todos os contextos que nos cercam.

A geração perdida

Enquanto você lê esse artigo, certamente se questiona: “como mudar isso?”. Eis a pergunta mais importante de todas. Os valores são fruto das nossas crenças - aqueles ensinamentos e experiências que tivemos desde a nossa infância e que são responsáveis pela formação do nosso caráter e, como consequência, das nossas intenções e comportamentos. As nossas crenças nos acompanham por toda a vida e determinam como pensamos, sentimos, agimos, enfim, quem somos. Mudar uma crença é a mais desafiadora tarefa do desenvolvimento humano, pois requer uma forte consciência dos seus atos e consequências, além de um grande desejo e determinação para mudar. E quanto mais o tempo passa, maior se torna o desafio, pois a dificuldade aumenta ao passo em que as crenças são mais internalizadas com as experiências, notícias e sensação de que o mundo é assim e precisamos fazer parte do jogo.

Por mais doloroso que possa ser, serei direto, sem romantismo: a geração atual jamais viverá os valores que acreditamos vitais para uma sociedade mais justa e digna. Estou me referindo àqueles que já estão contaminados e que insistem em abdicar do que é certo em prol do que é mais fácil e vantajoso para si. Para essas pessoas, existem as leis, as normas, as regras, que são impostas para substituir a falta de bom senso e respeito aos valores. Além disso, existe a maior de todas as armas: o contraponto comportamental – ou seja, a indignação daqueles que insistem em fazer o certo, que dizem “NÃO” ao jeitinho, que reprimem a injustiça, que praticam a gentileza, que, por incrível que pareça, respeitam o próximo. E a boa notícia é que existem muitas pessoas com valores firmes e capazes de lutar por essa conscientização. E isso já tem acontecido com mais frequência. As pessoas já têm se indignado e externado isso com mais afinco, pois estão mais conectadas e encontram alternativas para serem ouvidas.

A geração que pode transformar as empresas (e o Brasil)!

A melhor de todas as notícias ainda está por vir: temos uma geração ainda em formação, com a mente aberta para receber os ensinamentos necessários e seguir o caminho certo. O que estou querendo mostrar nesse artigo é que jamais mudaremos aqueles que não desejam participar dessa transformação, mas que muitos jovens estão dispostos a isso.

Portanto, qual é a solução?

Precisamos de líderes com valores fortes e com um grande desejo de liderar, de fato, para que haja a tão sonhada transformação na sociedade. Os pais, as escolas, as universidades, as empresas, os meios de comunicação, todos têm um papel fundamental nessa transformação. Aos que acreditam nessa transformação, cabe a dedicação na educação das pessoas, na transmissão e fortalecimento dos valores que impulsionam a nossa sociedade. Aos que não acreditam, ao menos não atrapalhem subvertendo os valores por meio de comportamentos que denigrem o ser humano e exemplifiquem a sua falta de moral. Permita que os jovens enxerguem a possibilidade de uma vida mais digna, justa e com um propósito muito claro: conquistar o sucesso contribuindo para um País verdadeiramente desenvolvido.
AR Live 5
PALESTRANTE EXCLUSIVO DA A.R LIVE 5
Rua Fidêncio Ramos, nº 160, Conj 805 • Vila Olímpia, São Paulo - SP • CEP 04551-010 • +55 (11) 5633 5200
Alameda dos Maracatins, 1217 • Moema, São Paulo - SP • CEP 04089-014 • +55 (11) 3270 4556 / +55 (11) 3799 1414
Plataforma e Estratégia Digital by PUBLIBRAND