quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Entrevista: 6 sinais de que você é um chefe ultrapassado no seu negócio

Especialistas afirmam que pequenos empresários centralizadores deveriam mudar de postura para ter uma relação melhor com suas equipes

Fonte Exame – por Camila Lam.

São Paulo – Cuidar da gestão de pessoas de uma empresa não é uma tarefa fácil. Entretanto, é importante que o empreendedor saiba da importância de ser um chefe que seja um exemplo para sua equipe. “O empresário hoje não pode ser mais aquele cara, atrás do balcão, atrás do computador ou atrás do caixa o dia inteiro”, afirma Alexandre Prates, empresário e especialista em liderança.

Para Fernanda Schröder Gonçalves, coordenadora do setor de Carreiras do Ibmec/MG, muitos empresários são centralizadores e isso acaba interferindo na sustentabilidade do negócio. “Eles delegam sem terem segurança, acabam acumulando tarefas e ficam presos nas tarefas operacionais”, explica.

“Em termos de atitude, o líder forte é expansivo e ajuda a engradecer sua equipe investindo nos talentos”, afirma Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos Consultoria. Veja seis sinais de que você é um chefe ultrapassado.

1. É centralizador

Se você considera uma perda de tempo delegar tarefas e acredita que consegue fazer mais rápido, pense melhor. “A empresa de cinco passa a ter 50 funcionários, mas ainda assim só o dono que faz as coisas”, exemplifica Prates. O ideal é que o processo comece aos poucos e que a equipe aprenda como as tarefas são realizadas.

A principal desvantagem de ser um empreendedor centralizador é que sua empresa deixa de inovar, pois ensinar a sua equipe a participar mais dos processos pode gerar novas soluções. “As pessoas deixam de trazer ideias novas, não há criatividade na empresa”, afirma Fernanda.

2. Não estimula a equipe

Quando a empresa já está funcionando de uma determinada maneira, um chefe acomodado não vê necessidade de incentivar a equipe a fazer um trabalho melhor. “Ele quer hoje que as pessoas funcionem sozinhas, sem ele cobrar e sem ele ensinar nada”, resume Prates.

Para Carmello, um erro que a maioria dos donos de pequenas empresas comete é acreditar que a motivação para trabalhar tem que ser pelo medo. ”Ele não entende a ideia de respeito e acaba gastando uma energia para se posicionar como um líder forte, quando não é”, explica.

3. Raramente escuta os outros

Receber feedbacks nunca é demais, mesmo para o dono de uma pequena empresa. Os profissionais da nova geração, por exemplo, querem ser ouvidos e muitas vezes se deparam com chefes que não valorizam esse tipo de atitude. Para Prates, se o empresário tem pensamentos muito egoístas, como “eu tenho a empresa há 10 anos. Por que vou escutar uma pessoa que acabei de contratar?”, é preciso fazer uma reflexão.

Um líder que toma essa postura evolutiva não pode só escutar como tem que colocar em prática. Caso contrário, o empresário perderá os melhores talentos da empresa.

4. Só se preocupa com os próprios benefícios

Se você é do tipo de pessoa que quando alguma coisa dá certo assume as vitórias, mas quando não dá joga a culpa na equipe, esse estilo de liderança deve ser mudado. Caso contrário, você terá uma equipe cansada e desengajada. “O líder forte é aquele que fomenta a competência para que a equipe possa voar com as suas próprias pernas”, explica Carmello.

A principal desvantagem de insistir nesse tipo de atitude é que nenhum funcionário vestirá a camisa da sua empresa.

5. Vê custo em tudo

Para melhorar a equipe e formar sucessores é preciso ter uma visão de longo prazo. “A questão de treinamento e desenvolvimento para as pessoas é vista como custo e não como investimento. Ele não arrisca nesse sentido e prefere economizar”, afirma Fernanda.

Além disso, investir para ter um ambiente de trabalho agradável ou oferecer benefícios são algumas práticas que custam, mas que podem melhorar a produtividade da sua equipe.

6. Não assume que precisa se profissionalizar

Empreendedor gosta de ter controle de tudo, mas nem sempre tem conhecimento de todas as áreas da empresa. “Se ele não tem competência em determinadas áreas, deve buscar ajuda fazendo cursos ou buscar uma empresa qualificada para terceirizar o serviço”, ensina Fernanda.

Para Carmello, o empresário que insiste em uma postura de que sabe de tudo pode acabar perdendo espaço no mercado.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Entrevista: Quem não se reinventar está fora do jogo!

O profissional que não se reinventar está fora do jogo no mundo corporativo. Competências como autoliderança e empreendedorismo serão cada vez mais valorizadas nas empresas. Estes são alguns dos temas abordados por Alexandre Prates, autor do livro “A Reinvenção do Profissional – Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro” em sua entrevista.

Coach, especialista em desenvolvimento humano e desempenho organizacional, Prates entrevistou 50 líderes de grandes empresas para traçar um perfil das características ideais dos profissionais. Ele falou com o Diário sobre o panorama atual do mercado:

DR - Nestas entrevistas com 50 líderes, o que chamou mais sua atenção? Mesmo tendo entrevistado líderes com perfis diferentes e de regiões distintas, há um traço comum entre eles?

Alexandre Prates - Todos, sem exceção, apesar de terem chegado a um patamar profissional interessante, jamais pararam de se reinventar. Desafiam-se constantemente e querem sempre um algo a mais. Além disso, um fator é invejável em todos eles – um propósito claro, algo que vai além do dinheiro, que motiva e mantem o foco para o futuro. No que tange a opinião sobre o mundo corporativo do futuro, são unânimes em afirmar que o investimento no ser humano é fator primário para o sucesso de qualquer organização.

DR - Você afirma que o profissional tende a ser cada vez mais livre e empreendedor. Como ser assim e ao mesmo tempo ainda ter de trabalhar em organizações com formatos de trabalho mais conservadores. Existe hoje um "choque" entre os novos profissionais e as empresas, principalmente as de pequeno e médio porte no interior?

Alexandre Prates - O conflito existe, principalmente, nas grandes organizações, por incrível que pareça. Os processos rígidos e a hierarquia engessada desmotiva uma geração que deseja liberdade de atuação e participação. As empresas precisam se reinventar e quebrar os padrões hierárquicos que inibem uma participação ativa e engajada. As pequenas e médias empresas, devido a sua estrutura enxuta, conseguem oferecer uma participação mais efetiva e colaborativa, pois a facilidade de administrar os processos e decisões permite aos profissionais envolverem-se em diversas áreas e setores da organização, podendo, inclusive, serem ouvidos no processo de decisão. Respondendo objetivamente a pergunta, sim, existe um grande choque, pois a liderança e como consequência, as organizações não evoluíram na velocidade que o mundo corporativo e que as novas gerações tem exigido.

DR - Empreender é uma competência, conforme você afirma. Tem uns que nascem com maior propensão, enquanto outros não a tem. Que dicas práticas você dá para quem quer desenvolver esta competência mesmo sem ter muito apoio da empresa ou sem ter recursos para investir em cursos? Há alternativas?

Alexandre Prates - Atualmente não existe mais essa história de não ter recursos para investir em cursos. Temos inúmeras ofertas de cursos com valores acessíveis e até mesmo sem custo, é uma questão de buscar as oportunidades. Precisamos também compreender que um empreendedor é dotado de algumas características que o diferenciam. Dentre elas, destaco a visão de mercado, a capacidade de entregar resultados e principalmente, a iniciativa e determinação, elementos que se aprende na prática, no dia a dia. As pessoas precisam ler mais e com mais qualidade, conhecer pessoas novas, assistir palestras, cursos, treinamentos, debater, discutir... tudo isso contribui para a formação de uma visão mais empreendedora. Além disso, é preciso praticar o empreendedorismo, decidir o que deseja fazer da vida e se engajar, se comprometer com isso. As pessoas estão desistindo muito fácil das coisas e infelizmente, não existe curso para isso, é uma decisão pessoal. É uma questão de atitude!

DR - Hoje as empresas têm em seus quadros profissionais que estão atuando há 20, 25 anos e também têm novos profissionais que acabaram de se formar, geralmente bem mais antenados à tecnologia. Em alguns casos há conflitos em função de culturas e bagagens diferentes. Como lidar com estas transformações?

Alexandre Prates - O conflito não está na diferença de gerações, o conflito está na liderança. Nos últimos 5 anos convivi de perto com esse tão aclamado discurso sobre o conflito de gerações no mercado de trabalho. Confesso que durante algum tempo me convenci que esse fenômeno realmente existia e me dediquei a trabalhar esse conflito nas organizações. Mas, a experiência e as inúmeras conversas com os profissionais das mais diferentes gerações me ajudaram a clarificar a percepção e concluo sem qualquer receio: o conflito está na liderança. Explico.

Um conflito ocorre quando temos opiniões divergentes, defendemos causas opostas ou queremos coisas diferentes. Certos disso, analisem um cenário comigo:

A famosa Geração Y foi amplamente estudada e alguns conceitos se apresentaram sobre o perfil desses jovens. Chegou-se a conclusão que tal geração deseja trabalhar em uma empresa que lhes proporcione reconhecimento, oportunidade de crescimento, metas claras e desafiadoras. Além disso, querem sentir-se parte e a partir do seu trabalho conquistar um padrão de vida superior. Também fica claro que é uma geração que não aceita trabalhar insubordinado para qualquer um, não aceita a maioria das regras, procedimentos e planos de carreiras fantasiosos que as empresas praticam e não pretendem ficar anos na mesma empresa só para um dia, talvez, subir de cargo. Face a isso, reflita comigo: a geração X quer alguma coisa diferente disso? É claro que não! Todos, independente da geração, queremos uma empresa que nos valorize, que nos dê oportunidade de aprender, crescer e contribuir e que, acima de tudo, reconheça a minha atuação e resultados conquistados.

Portanto, a empresa que possuir um ambiente saudável, que valorize o ser humano, de fato, não terá conflitos, pois cada um terá espaço para desempenhar o seu melhor.
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